Não em nosso nome!
De 1 a 3 de outubro deste ano, acontecerá em Buenos Aires a reunião do Women20 ou Mulheres20 no CCK.
O W20 é um dos chamados “Grupos de afinidade” do G20, espaços onde supostamente a sociedade civil participa para fazer recomendações aos governos quanto à problemática que lhes compete; no caso do W20, as mulheres.
O Foro Feminista contra el G20 (Fórum Feminista contra o G20), do qual participa a Rede de Gênero e Comércio, denuncia que o W20 é uma farsa, se apropria do discurso do campo popular e propõe um único modelo de mulher: empresária, empreendedora, que nega a existência da diversidade, seja dos modos de vida, seja inclusive de nossas sexualidades.
As temáticas que o W20 aborda referem-se à “Inclusão laboral”, à “Inclusão financeira”, à “inclusão digital” e ao “desenvolvimento rural”das mulheres. Fica evidente que o modelo proposto, já seja neste grupo de afinidade, ou no G20 como um todo, não tem objetivos de bem estar coletivo, respeito às diferenças entre as mulheres. Ao contrário, sustenta-se em políticas econômicas concentradoras de renda e poder, que priorizam os fluxos financeiros e a acumulação de lucros. O neoliberalismo, os tratados de livre comércio e o submetimento dos países às regras do FMI só geram mais exclusão.
A este modelo, que responde aos interesses das grandes corporações transnacionais, é absolutamente funcional o trabalho do cuidado não remunerado que as mulheres realizam, e que é base de todas as iniquidades de gênero.
O Foro Feminista contra el G20 realizará uma série de ações durante dos dias 1 e 2 de outubro em Buenos Aires (na Plaza de los Congresos) para visibilizar a realidade das mulheres, lésbicas, bisexuais, não binárias, travestis e trans e propôr alternativas às propostas do Mulheres 20, grupo de afinidade do G20 que não nos inclui nem representa.