MULHERES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA
O Projeto busca fortalecer e facilitar a capacitação e troca de conhecimentos entre organizações de mulheres de 17 municípios da região amazônica brasileira (no Maranhão, Pará e Amazonas), e para fora deles.
O projeto é financiado pela União Europeia – UE e promovido pelo I. Eqüit, em parceria com Lef Italia e Formaper.
Para saber um pouco sobre o Projeto…
CONTEXTO REGIONAL
A Amazônia é um vasto território que se expande por vários países da América do Sul, entre eles o Brasil, onde se localiza a sua maior porção. Trata-se de um bioma (ou comunidade de seres vivos de uma área) com alguma homogeneidade, porém também com muitas diferenças em seu interior; não só climáticas ou de vegetação, mas também em sua diversidade social, étnica, política e cultural. Trata-se também de um território que, no Brasil, vem sendo historicamente objeto de uma ocupação desordenada e de muita cobiça em sua exploração. Nesse sentido, a expansão da fronteira agropecuária e a exploração de madeiras e minérios foram alguns dos eixos centrais da acumulação do capital e do aproveitamento econômico da Amazônia. Desta forma, a dinâmica capitalista na região foi determinada pela chamada “acumulação por espoliação”, o que quer dizer, pelo aproveitamento das riquezas naturais e da mão de obra barata, seja por despossessão e expulsão dos povos indígenas dos seus territórios, seja pelos sucessivos programas de colonização.
Assim, as divergências e desavenças são numerosas na história da ocupação da Amazônia e, diante das atuais crises econômico-financeira e climático-ambiental que afetam o planeta, a região continua a ser território em disputa, sendo as comunidades nos municípios e territórios quem mais sofrem os impactos de tais enfrentamentos. Por sua vez, tais crises se expressam muitas vezes através de conflitos sociais e ambientais de graves consequências para a vida da população em geral, e das mulheres em especial.
Ao mesmo tempo, a maneira como se entende até hoje o desenvolvimento na Amazônia, se choca com as necessidades de sobrevivência e qualidade de vida das populações locais. Num cotidiano ainda fortemente marcado pelo machismo, nas atuais lutas e resistências, as mulheres têm desafios e prioridades específicos para alcançar a sua plena inserção socioeconômica e cultural.
O PROJETO:
Fortalecimento das organizações de mulheres para o desenvolvimento socioeconômico sustentável da Região Amazônica.
O caminho para construirmos a justiça socioambiental e o desenvolvimento verdadeiramente sustentável precisa incluir as mulheres. Sem isso, nem o desenvolvimento, e muito menos a sustentabilidade, serão realmente alcançados.
É a partir dessa leitura da realidade, que gostaríamos de contribuir com debates e ações que se aproximem cada vez mais das prioridades concretas das mulheres.
Assim, o desafio foi lançado aos grupos e organizações de mulheres da região amazônica, que abraçaram a proposta com entusiasmo e começaram a articular-se em busca de soluções alternativas para o seu fortalecimento.
OBJETIVO GERAL DO PROJETO:
Contribuir ao fortalecimento social, político e econômico dos grupos de mulheres da Região Amazônica, através da participação e liderança nos processos de desenvolvimento sustentável.
PARA O ALCANCE DE NOSSO OBJETIVO NOS PROPOMOS A:
- Desenvolver Diagnósticos Participativos a partir de consultas comunitárias acerca dos problemas, necessidades e potencialidades locais.
- Elaborar Projetos Socioeconômicos e Culturais (em associações, cooperativas, redes de economia solidária etc.) apoiando assim os fluxos e articulações econômicas e sociais nos territórios.
- Contribuir para o aumento da participação política das mulheres nos âmbitos de tomada de decisões (Assembleias Legislativas, Prefeituras, Conselhos de políticas públicas etc.).
- Organizar Núcleos municipais articulados entre si e\ou funcionando em rede.
ONDE SE DESENVOLVE:
Em três (3) Estados das Regiões Norte e Nordeste do Brasil: Amazonas, Pará e Maranhão, mais especificamente, em 14 municípios desses Estados.
Maranhão: Cidelândia; Codó; Imperatriz; Vilanova dos Martírios.
Amazonas: Boa Vista do Ramos; Itacoatiara; Manaus; Urucará.
Pará: Anapú; Altamira; Itaituba; Palestina; Porto de Moz; São Domingos do Araguaia; São João do Araguaia; Senador José Porfírio.
PRINCIPAIS METODOLOGIAS UTILIZADAS:
A consulta, a formação política, a articulação e a incidência políticas.
QUEM PROMOVE O PROJETO?
O Instituto EQÜIT – Gênero, Economia e Cidadania Global – é uma entidade de interesse público (OSCIP), com sede no Rio de Janeiro e atuação regional, nacional e internacional que visa contribuir para a transformação das relações sociais e do modelo social e ambientalmente injusto, focalizando as relações de gênero a partir de uma visão eco-feminista, e que busca a construção da cidadania das mulheres, privilegiando a democracia e os direitos humanos em detrimento da lógica de mercado.
Tem por objetivos gerais: 1. O fortalecimento e a organização das mulheres; 2. A construção de relações sociais equitativas e democráticas; e 3. A mudança do modelo de desenvolvimento.
A FORMAPER – Agência da Câmara de Comércio, Indústria, Artesanato e Agricultura de Milão – tem por objetivo facilitar a criação e o desenvolvimento de novas empresas por meio do desenho de metodologias e ferramentas, além de apoiar a criação de serviços para as micro, pequenas e médias empresas, especialmente, por meio de informação, formação e capacitação, pesquisa e assistência técnica, a fim de contribuir para o desenvolvimento local sustentável.
Já a LEF ITALIA – Coordenação Italiana do Lobby Europeu das Mulheres –, fundada em 1992, tem como missão trabalhar para alcançar a igualdade entre mulheres e homens; promover o “empoderamento” das mulheres; combater todas as formas de discriminação assegurando que os direitos humanos das mulheres sejam levados em conta na legislação e políticas da UE.
O Projeto conta com o apoio da União Europeia (UE), através da Delegação Europeia no Brasil. A União Europeia (UE) é uma união econômica e política formada por 28 Estados-membros independentes, que atua através de um sistema de instituições supranacionais independentes e de decisões intergovernamentais negociadas entre os Estados-membros. A UE instituiu um mercado comum através de um sistema padronizado de leis aplicáveis a todos os Estados-membros e coordena diversas políticas públicas. Possui uma política para apoio ao desenvolvimento em diversos países do mundo.
MOVIMENTOS DE MULHERES ENVOLVIDOS:
O FPMM – Fórum Permanente de Mulheres de Manaus congrega 36 entidades de defesa dos direitos das mulheres. Entre as atividades desenvolvidas, está a construção da rede de comunicação e articulação entre grupos e movimentos de mulheres de Manaus (AM), a capacitação e formação de lideranças em gênero e políticas públicas pró-equidade de gênero e a promoção da auto-organização das mulheres.
O MMCC – Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade da Transamazônica e Xingu tem-se configurado nos últimos anos como um dos movimentos de articulação e troca de experiência entre diversos grupos de mulheres do Pará, sejam elas autônomas, religiosas (católicas, protestantes, evangélicas), operárias da castanha, pescadoras, indígenas, extrativistas, domésticas e outras.
O MIQCB – Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu está formado por quebradeiras, extrativistas, trabalhadoras rurais etc. de quatro Estados brasileiros onde há ocorrência de palmeiras de coco-babaçu: Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí. Atualmente, busca mobilizar representantes dos governos federal, estaduais e municipais para debater alternativas de desenvolvimento para as regiões de babaçuais.
A AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras é um movimento feminista nacional integrado por mulheres que atuam em diferentes espaços de participação, em nome próprio ou através da representação de organizações e movimentos feministas, e setoriais de mulheres de movimentos sociais mistos. Organiza-se em Frentes de Luta, como por exemplo a Frente de Luta por Justiça Socioambiental, a Frente pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Reforma Política, entre outras.
Para saber mais sobre o trabalho que estamos realizando, acesse:
http://mulheresnaamazonia.blogspot.com.br